sábado, 14 de maio de 2011

Sono

Além do Sono
(Calderado*)
Vocês não ignoram que a atividade espiritual da alma encarnada estende-se além do sono físico; no en­tanto, a invigilância e a irresponsabilidade, à frente de nossos compromissos, geram em nosso prejuízo, quando na Terra, as alucinações hipnogógicas, toda vez que nos confiamos ao repouso.

O espírito menos desperto para o serviço que lhe cabe, certamente encontrará, quando desembaraçado da matéria densa, trabalho imperioso de reparação a executar. Por esse motivo, grande maioria de companheiros encarnados gasta as horas de sono exclusivamente em esforço compulsório de reajuste.

Mas, se o aprendiz do bem atende à solução dos de­veres que a vigília lhe impõe, torna-se, como é justo, além do veículo físico, precioso auxiliar nas realizações da Esfera Superior.

Convidamos, assim, a vocês, tanto quanto a outros amigos a quem nossas palavras possam chegar, à tare­fa preparatória do descanso noturno, através do dia re­tamente aproveitado, a fim de que a noite constitua uma província de reencontro das nossas almas, em valiosa conjugação de energias, não somente a benefício de nossa experiência particular, mas também a favor dos nossos irmãos que sofrem.

Vocês não desconhecem que quase todas as molés­tias rotineiras são doenças da idéia, centralizadas em coa­gulações de impulsos mentais, e somente idéias renova­doras representam remédio decisivo.

Por ocasião do sono, é possível a ministração de am­paro direto e indireto às vítimas dos labirintos de culpa e das obsessões deploráveis, por intermédio da transfu­são de fluidos e de raios magnéticos, de emanações vitais e de sugestões salvadoras que, na maior parte dos casos, somente os encarnados, com a assistência da Vida Su­perior, podem doar a outros encarnados.

E benfeitores da Espiritualidade vivem a postos, aguardando os enfermeiros de boa-vontade, samaritanos da caridade espontânea, que, superando inibições e obs­táculos, se transformem em cooperadores diligentes na extensão do bem.

Se vocês desejam partilhar semelhante concurso, de­diquem alguns momentos à oração, cada noite, antes do mergulho no refazimento corpóreo. Contudo, não basta a prece formulada só por só.
É indispensável que a oração tenha bases de eficiên­cia no dia bem aproveitado, com abstenção da irritabili­dade, esforço em prol da compreensão fraterna, deveres irrepreensivelmente atendidos, bons pensamentos, respei­to ao santuário do corpo, solidariedade e entendimento para com todos os irmãos do caminho, e, sobretudo, com a calma que não chegue a ociosidade, com a diligência que não atinja a demasiada preocupação, com a bondade que não se torne exagero afetivo e com a retidão que não seja aspereza contundente.

Em suma, não prescindimos do equilíbrio que con­verta a oração da noite numa força de introdução à es­piritualidade enobrecida, porque, através da meditação e da prece, o homem começa a criar a consciência nova que o habilita a atuar dignamente fora do corpo adormecido.

É natural não venham a colher resultados, de ime­diato, nas faixas mnemônicas da recordação, mas, pouco a pouco, nossos recursos associados crescerão, oferecen­do-nos mais alto sentido de integração com a vida ver­dadeira e possibilitando-nos o avanço progressivo no rumo de mais amplas dimensões nos domínios do Universo.

A alma que se devota à reflexão e ao serviço, ao discernimento e ao estudo, vence as inibições do sono fisiológico e, desde a Terra, vive por antecipação na su­blime imortalidade.


* Calderado é o Instrutor Espiritual a que se reporta André Luiz, em seu livro “No Mundo Maior”

Extraido do Livro “Instruções Psicofônicas de Francisco Cãndido Xavier.

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Emmanuel