domingo, 8 de maio de 2011

O Livro dos Espíritos - A mais importante obra sobre o Espiritismo


Estuda-se cada vez mais o livro básico da codificação nos Centros Espíritas.
A pesquisa em conjunto é recomendada porque as diferentes opiniões e a troca de idéias sobre as questões vão alargando o nosso entendimento para que percebamos exatamente o que disseram, ou não puderam dizer, os orientadores da espiritualidade superior.
Damos razão aos que dizem que O Livro dos Espíritos é de difícil compreensão e isto é facilmente explicável. Trata-se de um livro com perguntas humanas e respostas divinas.
Se observarmos as indagações feitas aos Superiores, veremos que elas se baseiam nos atos do mundo material e, quase sempre, com o uso da mesma linguagem que aplicamos no dia-a-dia da nossa encarnação.
Essa é a razão por que pedimos datas, tempos, prazos e os Espíritos respondem que isso são quimeras, porque o tempo da Terra não é o tempo espiritual. Enquanto estamos encarnados precisamos do relógio e do calendário para disciplinar nossas atividades no cotidiano. Na espiritualidade esse tempo se modifica e passa a ser quase tudo simplesmente agora. Passado e futuro confundem-se com o presente!
Um espírito pode passar décadas ou séculos desencarnado sem se dar conta do próprio desencarne ou, em reconhecendo a sua situação, sem perceber que séculos se passaram e ele imagina que tudo aconteceu recentemente.
Os Espíritos em muitas questões de O Livro dos Espíritos responderam que se determinada palavra ou definição serve para nós, está bem para eles. Às vezes eles comentam que é uma definição incompleta, mas sabem que não podemos entender além.
Para termos um exemplo prático, leiamos a questão 1014 da obra básica, no assunto sobre Paraíso, Inferno e Purgatório:
Pergunta 1014: “Como se explica que Espíritos cuja superioridade se revela por sua linguagem, tenham respondido a pessoas tão sérias a respeito do inferno e do purgatório segundo a idéia vulgar que deles se têm?
Resposta: "Eles falam uma linguagem que possa ser compreendida pelas pessoas que os interrogam. Quando essas pessoas estão imbuídas de certas idéias, eles procuram não contrariá-las muito bruscamente, para não ferir suas convicções. Se um Espírito dissesse a um muçulmano, sem precauções oratórias, que Maomé não foi um profeta, seria muito mal recebido."
Este é um mero exemplo para justificar que nem tudo pode ser dito aos homens porque lhes falta entendimento e até vocabulário para compreender as orientações das esferas superiores. A leitura das questões 1014a até 1018 acrescentará um pouco mais a essa nossa argumentação.
Diante dessas evidências, fica claro que quando crescermos em entendimento faremos perguntas mais espiritualizadas e teremos respostas mais afinadas. Por isso, cada vez que relemos O Livro dos Espíritos compreendemos de maneira diferente e mais aprimorada. Entre o dia que lemos a última questão do livro e o dia que voltaremos a lê-la depois de estudar novamente toda a obra, seremos pessoas absolutamente diferentes. Ninguém termina um dia como começou. Aprendemos compulsoriamente, mesmo que não queiramos. Ninguém consegue viver, nem mesmo enfermo num leito ou dentro das grades de um presídio, sem conhecer algo de novo todo dia. A evolução pelo conhecimento é inerente à vida. Se o conhecimento é para o bem ou para o mal vai depender da aplicação que cada um lhe der.
Neste dia 18 de abril de 2008 comemoramos os 151 anos do lançamento da Revelação Espírita, organizada pelo professor francês que adotou o pseudônimo de Allan Kardec. Não podemos desperdiçar o tempo. Se desejarmos sintonizar com os Espíritos Superiores, e não mais com os obsessores, é preciso que nos elevemos na escala espírita. Isso se consegue por meio do conhecimento e do melhoramento do caráter. Sabedoria e sentimento são as asas que permitem ao homem voar até as altas esferas.
Uma sugestão para que nos familiarizemos mais rapidamente com as questões de O Livro dos Espíritos é estudar paralelamente os livros escritos por Allan Kardec, extraídos das quatro partes da obra básica, quando o Codificador ampliou a explicação dos Espíritos para que o entendimento fosse mais abrangente. São eles: O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e a Gênese, cada um dando mais explicações sobre as diferentes partes de O Livro dos Espíritos. Incluímos aqui As Obras Póstumas, que registra as preocupações do codificador com relação à nossa Doutrina.
Dia destes, em crônica sobre a Paciência, escrita pelo polêmico e contundente Arnaldo Jabor, lemos no encerramento a confirmação de uma assertiva que sempre dizemos: Não somos um corpo que tem um espírito, mas um espírito que tem um corpo. Jabor diz melhor: "Não somos seres humanos numa experiência espiritual, mas seres espirituais numa experiência humana."
Quando compreendermos e vivermos como espíritos mais do que como corpos, teremos preocupação mais séria com o futuro. Só assim nos disporemos a vivenciar as lições contidas em O Livro dos Espíritos, fazendo delas nosso roteiro de vida. O sofrimento será diminuído e a felicidade poderá começar a ser deste mundo.
Coragem irmãos. Valorizemos o trabalho do Codificador. Parodiando o que dizem nossos irmãos evangélicos sobre Jesus, Kardec também deu a vida para nos salvar. Pois então salvemos-nos!

Fonte: Revista Internacional de Espiritismo
Edição ABRIL 2008

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Emmanuel