Difícil dar uma
resposta, difícil também é falar do que não vivenciamos.
O importante é compreender e não julgar.
Quando falamos em
homossexualidade não
podemos desassociá-la da
liberdade de consciência
e do espírito, pois
entre eles existe uma forte
ligação biunívoca. Nas
várias abordagens
relativas ao assunto e
na procura de respostas
para este problema de
sexualidade são colocadas
questões de natureza
psicológica, emocional,
orgânica e biológica.
Não é um tema novo, mas
está longe de uma
solução, visto que a ciência,
dita materialista ainda
não aceita o homem
integral e sua
responsabilidade com o espírito
reencarnado e filho de
Deus, com a missão de
aperfeiçoamento rumo a
angelitude.
Já os geneticistas vêm
tentando encontrar
explicação para este
problema na má formação
dos genes. Os
psiquiatras tentam encontrar
enzimas cerebrais que
influenciam o comportamento
sexual. Para os
sexólogos ortodoxos é
uma preferência sexual.
Mas, para os espíritas, é
uma experiência que o
espírito se impõe, ou que
lhe é imposto, por causa
de uma conduta
anterior, na qual não
soube manter o seu
equilíbrio. Uma nova
postura da psicologia e da
sexologia também
concorda que esta experiência
é um problema de foro
espiritual.
Não temos condições de
recriminar quem quer
que seja por seus
comportamentos, sejam eles
individuais ou
coletivos. Compete-nos, alertar e
esclarecer o porquê da aplicação
desvairada do
sexo, à luz da vida e do
amor, assunto pertinente
à consciência de cada
criatura, recordando que
todos trazemos as nossas
imperfeições.
Passamos, e passaremos
por múltiplas reencarnações,
quer com vestes
somáticas femininas
quer masculinas. O
indivíduo ao reencarnar,
trará consigo as feições
sexuais que mais
pesarem ao longo do
processo evolutivo.
Compete-lhe evoluir.
Por quê? Por causa do
aprendizado que deverá
assimilar, já que cada
somatologia oferece
educação, deveres
especiais e novas experiências,
pois tem tarefa,
características e sensibilidades
diferentes, e como o
espírito é o mesmo este
só atingirá o seu grau
de evolução terreno
quando souber reencarnar
em ambos os sexos
indistintamente, rumo à
perfectibilidade,
aprendendo desta forma,
todos os estágios que
essa vida lhe
proporciona. Aquele que fosse
sempre homem só saberia
o que sabem e sentem
os homens, decerto não
entenderia o valor da
maternidade.
A definição do sexo não
se acha na matéria, mas
no espírito, na sua
estrutura complexa. A forma
individual, em si,
obedece ao reflexo mental
dominante, notadamente
no que se refere ao
sexo, manifestando-se o
ser com diferenças
psicossomáticas de homem
ou de mulher,
segundo a vida íntima,
através da qual se mostra
com as qualidades
espontâneas acentuadamente
ativas ou passivas. A
alma guarda a sua individualidade
sexual intrínseca, a
definir-se na
feminilidade ou na
masculinidade conforme as
características passivas
ou claramente ativas que
lhe sejam próprias.
O sexo é uma ponte que
liga o homem a um
despertar da consciência
individual, estando a
serviço da felicidade e
da harmonia do universo.
Muitos ainda não
alcançaram o entendimento de
que o sexo é uma força
libertadora, define-se por
um atributo não somente
digno de respeito, mas
fundamentalmente de uma
graça divina da
natureza a exigir
educação e controle. Pelo sexo
emanam forças geradoras
poderosas. Às quais
devemos neste planeta a
reencarnação, o templo
do lar, as alegrias
revitalizadoras do amor, a
riqueza inapreciável dos
estímulos espirituais e
as bênçãos de uma
família.
O espírito que vem
vivendo do sexo pelo sexo
vive em experiência
ilusória, e não vê o sexo
como porta de divina
nobreza, mas sim como um
gueto de miséria, de
desvario, arruinando seus
irmãos e a si próprio,
confundindo o amor com
paixão e instinto
sexual. Tais indivíduos, ao
passarem para o plano
espiritual pelo desencarne,
e mesmo quando
encarnados, tornam-se
presas de obsessores,
que visam implantar o
sexo como lema,
vampirizando-os. Reencarnam
em novas experiências,
uma das quais a homossexualidade.
Amargam então uma
existência de
humilhações e de
solidão, e para aprenderem, a
misericórdia divina que
somente sabe amar, e
nunca punir, dá
infinitas oportunidades ao
espírito para se
reajustar e reequilibrar-se
Assim, este espírito é
induzido amorosamente
pelos benfeitores
espirituais a reencarnar num
corpo com um sexo
contrário ao que teve antes,
para reajustes dos seus
sentimentos mais sutis.
Outras vezes, é o próprio
espírito que, com os
instrutores espirituais,
roga a tão desejada
oportunidade de se
modificar através deste
processo reencarnátorio.
No entanto, em
qualquer caso, ele não
está só.
Sem dúvida que o
controle dos impulsos sexuais
não é uma tarefa fácil:
exige disciplina, vontade
férrea. Superação de
dificuldades presentes e
vínculos provenientes de
outras existências, mas
é uma luta necessária
para a procura do equilíbrio.
Para melhor embasar o
tema, Chico Xavier
responde a pergunta que
lhe foi feita a respeito
da homossexualidade:
Como encara o
espiritismo o problema da
homossexualidade? Qual a
melhor atitude da
sociedade frente a essa
ocorrência?
CHICO – Acreditamos que
o tempo e a compreensão
humana traçarão normas
susceptíveis de
tranquilizar quantos se
vinculam a semelhante
segmento da comunidade,
assegurando-se-lhes a
benção do trabalho com o
respeito devido a todos
os filhos de Deus. (...)
Até que isso se concretize,
não vejo qualquer motivo
para críticas destrutivas
e sarcasmos
incompreensíveis para com os
nossos irmãos e irmãs
portadores de tendências
homossexuais, a nosso
ver claramente iguais às
tendências
heterossexuais que assinalam a
maioria das criaturas
humanas.
Em minhas noções de
dignidade do espírito, não
consigo entender por que
razão esse ou aquele
preconceito social
impedirá certo número de
pessoas de trabalhar e
de serem úteis à vida
comunitária, unicamente
pelo fato de haverem
trazido do berço
características psicológicas e
fisiológicas diferentes
da maioria. (...) Nunca vi
mães e pais, conscientes
da elevada missão que a
Divina Providência lhes
delega, desprezarem um
filho porque haja
nascido cego ou mutilado.
Seria humana e justa a
nossa conduta em
padrões de menosprezo e
desconsideração,
perante os nossos irmãos
que nascem com
dificuldades
psicológicas.
No incessante pendular
das encarnações, as
características mentais,
superiores e inferiores
não se alterarão, esteja
o Espírito vestindo
roupagem física
masculina ou feminina, as
virtudes ou os defeitos
não sofrerão variações
em função do sexo a que
pertencer o irmão ora
encarnado. Quando no
limiar máximo da
evolução terrena, os
Espíritos dominarem e
direcionarem as altas
fontes energéticas sexuais
para obras criativas
invariavelmente o beneficiado
será o próximo. Então
porque tanta discriminação.
Texto baseado em:
Homossexualidade,
Luis de Almeida –
Revista Espiritismo,
número 39/1998.
Colaboradora: Lucia
sokolowski.
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