quarta-feira, 28 de setembro de 2011

-DIÁRIO DE QUEM NÃO NASCEU-






Dois pezinhos


Dois pezinhos minúsculos, tão preciosos, puros são;
Jamais calçarão sapatos ou uma bola chutarão.


Dois pezinhos minúsculos, não desejados, não amados;
Jamais apostarão corridas, jamais serão provados.


Dois pezinhos minúsculos, jamais se desenvolverão;
Jamais pularão cordas ou escadas subirão.


Dois pezinhos minúsculos, desamparados, carentes;
Jamais escalarão montanhas, nem desafios à frente.


Dois pezinhos minúsculos, tão inteiros, tão perfeitos,
Rejeitados, desperdiçados, pelo aborto desfeitos...


- Michael Caudill -



Em uma faculdade de medicina, certo professor propôs à sua classe a seguinte situação: "Baseados nas circunstâncias que vou enumerar, que conselho dariam vocês a certa senhora, grávida do quinto filho? O marido sofre de sífilis e ela de tuberculose. Seu primeiro filho nasceu cego. O segundo morreu. O terceiro nasceu surdo. O quarto é tuberculoso e ela está pensando seriamente em abortar a quinta gravidez. Que caminho aconselhariam tomar?"
Com base nesses fatos, a maioria dos alunos concordou que o aborto seria a melhor alternativa.
Depois de um prolongado silêncio na sala de aula, o professor disse aos alunos:
"Os que disseram sim à idéia do aborto, saibam que acabaram de matar Ludwig Van Beethoven."






05 de outubro.

Hoje teve início a minha vida. Papai e mamãe não sabem. Eu sou menor que um alfinete, contudo, sou um ser individual.

Todas as minhas características físicas e psíquicas já estão determinadas. Terei os olhos de papai e os cabelos castanhos e ondulados da mamãe. E isso também é certo: eu sou uma menina.

19 de outubro.

Hoje começa a abertura de minha boca. Dentro de um ano poderei sorrir quando meus pais se inclinarem sobre meu berço.

A minha primeira palavra será Mamãe. Seria verdadeiramente ridículo afirmar que eu sou somente uma parte de minha mãe. Isso não é verdade, pois sou um ser individual.

25 de outubro.

O meu coração começou a bater. Ele continuará sua função sem parar jamais, sem descanso, até o fim dessa minha existência. De fato, é isso uma grande dádiva de Deus.

02 de novembro.

Os meus braços e as minhas perninhas começaram a crescer até ficarem perfeitas para o trabalho; isto requererá algum tempo, mesmo depois de meu nascimento. Assim que for possível, enroscarei meus bracinhos no pescoço da mamãe e lhe direi o quanto eu a amo.

20 de novembro.

Hoje, pela primeira vez, minha mãe percebeu, pelo seu coração, que me traz em seu seio. Acho que ela teve uma grande alegria.

28 de novembro.

Todos os meus órgãos estão completamente formados. Eu sou muito grande.

02 de dezembro.

Logo mais poderei ver, porém, meus olhos ainda estão costurados com um fio.

Luz, cor, flores... como deve ser magnífico! Sobretudo, enche-me de alegria o pensamento de que deverei ver minha mãe... Oh! Se não tivesse que esperar tanto tempo! Faltam ainda mais de seis meses.

12 de dezembro.

Crescem-me os cabelos e as sobrancelhas. Já imagino como minha mãe ficará contente com a sua filhinha!

24 de dezembro.

O meu coraçãozinho está pronto. Deve haver crianças que nascem com o coração defeituoso. Nesse caso, precisam sujeitar-se a delicada cirurgia para corrigir o defeito. Graças a Deus o meu coração não tem nenhuma anomalia, e serei uma menina cheia de vida e forças. Todos ficarão alegres com meu nascimento.

28 de dezembro.

Hoje minha mãe amanheceu diferente, está um pouco angustiada. Mas uma coisa é certa: nós vamos sair para um passeio.

Creio que ela quer se distrair um pouco, talvez comprar roupinhas para mim. É isso mesmo, estamos saindo para algum lugar.

Ih! Acho que estamos entrando em uma clínica. Deve ser para checar se a minha saúde vai bem. Que ótimo! Quando eu sair daqui, direi à minha mamãe o quanto lhe sou grata.

O médico está chegando...

Mas... esses instrumentos não são para um exame... Não, mamãe! Não o deixe se aproximar!

Ai, que horror! Esta é uma clínica de aborto! Socorro! Deixem-me nascer!

... Ninguém escuta meus gritos!

E meus sonhos de felicidade...

Minha vontade de ver a luz, as flores, as cores...

Tudo acabado...

Sim... Hoje... Hoje minha mãe me assassinou...

* * *

A história é dramática e triste, mas, infelizmente, se repete diariamente nas clínicas de aborto do nosso país ou em casas de pessoas que se alimentam com o dinheiro ganho com o sangue de vítimas indefesas.

Hoje já não se pode mais alegar que o feto não é um ser individual, distinto da mãe, pois a ciência afirma o contrário todos os dias.

Assim, tanto quem pratica o aborto quanto quem o consente, deverá responder perante as Leis Divinas sobre esse crime.

Pensemos nisso!




 
 Publicado na Revista Seleções do Reader´s Digest. Disponível no livro Momento Espírita.

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Emmanuel