quarta-feira, 3 de agosto de 2011

-Palestra feita na primeira jornada
médico-espírita de Goiás-



A história nos narra que a crença na capacidade
do homem em interagir no processo de
saúde e doença vem de longe. Os magos da
Caldéia e os brâmanes da Índia buscavam curar pela
aplicação do olhar, estimulando o sono e a letargia. No
templo da deusa Ísis, às margens do Nilo, a imposição
das mãos era usada pelos sacerdotes iniciados, para
tentar aliviar o sofrimento de milhares de pessoas. Os
gregos, que incluíram no seu modo de vida muita coisa
do Egito, usavam a fricção das mãos no tratamento
dos doentes. O Pai da medicina moderna, Hipócrates
também cita a imposição das mãos.
Quando observamos a tradição judaico-cristã, é interessante
notar o contraste. No novo testamento algo
em torno de 30 referências à curas feitas por Jesus,
seja impondo as mãos, seja soprando, usando barro,
deixando sair energia (virtude), etc, mas no antigo testamento,
estranhamento somente uma referência de
cura por imposição das mãos feita por Naamã, que
nem judeu era, conforme nos narra o excelente Pastor
Caio Fábio.
Claro está que Kardec, o grande codificador do
espiritismo, não inventou nada ao falar de mediunidade,
de cura, de energia, de influência
espiritual, mas somente organizou, catalogou,
usou a razão e extirpou as idiossincrasias
existentes nas crenças superficiais.
Mas o que é mais importante, a cura pela
transferência de energia entre pessoas
sempre existiu no mundo.
A questão não é mais acreditar. Esse
tempo já passou! A questão é como utilizar
esse conhecimento na nossa própria saúde
e no auxílio ao próximo. Manter a descrença
nesses fatos é uma escolha dolorosa, que
limita a forma como buscamos o equilíbrio
energético e espiritual.
Estudamos nesse artigo o tratamento
espiritual das doenças físicas, mas não
restringimos o tratamento ao processo de
envolvimento energético comumente feito
por médiuns no centro espírita, aqui nos
referimos ao conceito amplo, onde qualquer
atitude positiva, volitiva de doação de energia
positiva, com ou sem a interferência de
trabalhadores espirituais ocorra.

É possível curar o corpo físico atuando
energeticamente?

Os inúmeros exemplos de todas as
crenças religiosas, seja no passado ou atualmente,
nos mostram que é possível.
Sobre isso, Kardec discorre com clareza no capítulo
XIV da gênese:
“18. - O pensamento do encarnado atua sobre os
fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se
transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias e,
conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos
ambientes.
19. Sendo o perispírito dos encarnados de natureza
idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila
com facilidade, como uma esponja se embebe de um
líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma
ação tanto mais direta, quanto, por sua expansão e
sua irradiação, o perispírito com eles se confunde.”
Com estudo, disciplina e perseverança, é possível
treinar nossa capacidade de irradiar energia em prol
do outro, momentaneamente mais necessitado.

É aconselhável curar o corpo físico atuando energeticamente?

Em O Livro dos Médiuns, os espíritos esclarecem
a Kardec que eles se ocupam de boa vontade com a
saúde daqueles que lhe interessam. Ou seja, sempre
que houver merecimento, positividade, e um propósito
bom na cura, ela ocorrerá.
Chico Xavier, no livro Plantão de Respostas, que
descreve as respostas dada pelo excelente médiun às
perguntas ao vivo, feitas no programa pinga-fogo, nos
fala que :
“...muitas vezes uma doença física, ou determinada
provação em nossa vida doméstica, nos poupa de
acidentes afetivos ou acidentes materiais, ou de fenômenos
extremamente desagradáveis em nossa vida...”
O resultado dessa equação só não é mais positiva
porque insistimos na cura automática, sem rever valores,
conceitos e principalmente atitudes, e exigimos
a cura rápida para que voltemos a cometer as mesmas
atrocidades de antes.

A origem espiritual das doenças.

De forma geral, podemos dizer que o padrão da
nossa energia espiritual determina tendências para
saúde ou doença, numa tentativa contínua do espírito
verter para a carne as anomalias energéticas que
se traduzem em doenças físicas, numa forma direta
e rápida de harmonizar aquilo que estragamos em
outras vidas. As exceções dizem respeito às doenças
que procuramos nessa vida, por exemplo, câncer após
anos de cigarro, infarto após crise de estresse, diabetes
relacionada ao excesso de peso e hábitos de vida
inconsequentes.
A forma como essa energia adulterada do corpo
espiritual atinge nosso corpo físico, obedece à hierarquia
espiritual que se inicia no espírito, caminha pelo
corpo mental, atua no perispírito, influenciando o duplo
etérico e o corpo físico.
Entre todos esses corpos, o ponto de ligação se
faz por centros de forças eletromagnéticas, também
chamados de chacras, que no corpo físico se ligam,
cada chacra principal a uma glândula endócrina e ao
cérebro, alterando assim a homeostase corpórea.

O papel do terapeuta:

Entender a nossa pequenez nesse processo de
cura aonde ainda não compreendemos nada, e somos
somente agentes da misericórdia divina atuando
através do amor que cura.
Não julgar nunca. Lembrar que somos contra atitudes
negativas e equivocadas, mas nunca contra as
pessoas que as praticam.
Assumir o conceito espírita de saúde-doença,
deixando de lado os atavismos que nos fazem enxergar
um Deus sádico que brinca com as pessoas e passando
a entender que tudo está certo, na hora certa e
passamos por aquilo que melhor nos convém frente a
imensidão de coisas que ainda precisamos melhorar.


Referências
1. Pastor Caio Fábio - A imposição de mãos: uma
rápida história e reflexão.
2. Allan Kardec – A gênese.
3. Allan Kardec – O livro dos médiuns.
4. Francisco Xavier – Plantão de respostas. Pingafogo
II.
5. Allan Kardec – O livro dos espíritos.
6. André Luiz (Chico Xavier) – Evolução em dois
mundos.
7. Ernesto Bozzano – Pensamento e vontade.
8. Emmanuel (Chico Xavier) – Roteiro.
9. Marlene Nobre – A alma da matéria.
10. André Luiz (Chico Xavier) – Nos domínios da
mediunidade.
11. André Luiz (Chico Xavier) – Missionários da luz.
12. André Luiz (Chico Xavier) – Entre o céu e a terra

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Emmanuel